domingo, 19 de maio de 2013

Novos cenários de aprendizagem em plataformas digitais

As profundas transformações sociais, a rápida evolução das tecnologias de informação e comunicação e as mudanças instituídas pelo Processo de Bolonha, trouxeram uma necessidade de se reestruturar o Ensino Superior, na medida em que o controlo da aprendizagem passou do professor para o estudante, deixando estes de ser simples utilizadores e passaram também a ser autores e produtores de documentos multimédia, passando toda a informação a estar disponível online. No entanto, devemos sempre considerar os aspetos relacionados com a modelação cognitiva do aprendente e o seu estilo de aprendizagem, assim como os aspetos afetivos, relacionados com a motivação, a satisfação, a imaginação e a criatividade, não descurando as questões relacionais, como o desenvolvimento de comunidades de aprendizagem colaborativa e cooperativa, reconhecendo-se então a necessidade do processo ser sustentado por modelos pedagógicos colaborativos, construtivistas e de aprendizagem pela descoberta que permitam ligar vários estilos de aprendizagem e promover a construção social do conhecimento através da interação. No entanto, grande parte destas iniciativas, tende a replicar as políticas até agora vigentes, sendo as plataformas, por vezes, usadas apenas como repositórios de informação, tornando-se necessário para ultrapassar estas ideias pré concebidas, que se utilizem modelos de aprendizagem que associem processos de desconstrução e que promovam “verdadeiros” ambientes de aprendizagem colaborativos e construtivistas em plataformas digitais. Surgiram então vários modelos, destacando-se entre os quais os modelos Community of Inquiry e o modelo de e- moderating, em que no primeiro evidenciavam-se três dimensões, sendo estas a dimensão cognitiva marcada pelo pensamento crítico, a dimensão social assente na criação de relações afetivas entre os participantes e a dimensão docente, cabendo a este a tarefa de implementar e desenvolver a comunidade e orientar a aprendizagem dos seus membros. Logo para os seus autores, o modelo assenta numa perspetiva construtivista da aprendizagem e a construção do conhecimento individual deve-se, em grande medida, ao ambiente social. O segundo modelo por sua vez, baseia-se em cinco níveis ou etapas orientadoras da atividade do professor-moderador, para conseguir a construção de comunidades virtuais de aprendizagem autónomas, sendo um modelo que assenta na atividade do e-moderador visando a independência do estudante no trabalho com os outros elementos do grupo. A primeira etapa denominada de acesso e informação, é necessária para os estudantes dominarem a tecnologia e acederem facilmente e com motivação ao sistema de comunicação online, a segunda etapa de socialização online, pretende que se crie uma certa identidade de grupo, sendo assim uma etapa base para desenvolver a interação e construção do conhecimento, na terceira etapa, de troca de informação, podem já realizar-se tarefas em cooperação e colaboração, na quarta etapa, de construção do conhecimento, espera-se que os estudantes comecem a assumir o controlo da sua própria aprendizagem e finalmente na última etapa, a de desenvolvimento, os elementos do grupo tornam-se responsáveis pela sua própria aprendizagem, sendo uma etapa dominada pela criatividade, pela crítica, pela auto-reflexão e pela verdadeira aprendizagem em grupo.
Quanto a mim, o recurso às plataformas digitais, exige um grande feedback e orientação dos professores e colegas, para que venham ao de cima as grandes potencialidades dos meios de comunicação online, sendo estas, a coordenação, a cooperação e a co-construção de conhecimento. Seguindo estas directrizes, abre-se o caminho a uma aprendizagem colaborativa, que contribui não só para o sucesso individual como também de todo o grupo..
Bibliografia:
Monteiro, A.;Moreira, A.J.Almeida, A.C. (2012). Educação Online: pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais. Defacto: Santo Tirso - Portugal.

3 comentários:

  1. Apesar de ainda ser muito criticado, por experiência própria e comparativa, o ensino virtual com plataformas ead contribuem muito para um aprendizado com mais volume de material, consequentemente exigindo do aluno uma dedicação maior, força de vontade, querer aprender, tornando a plataforma digital um leque de conhecimento com várias portas abertas que abrem outras constantemente, como num ciclo de conhecimento imensurável.

    Emerson

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  2. Hoje em dia penso que o educando que queira realmente aprender tem todos os instrumentos dentro da internet, mas os jovens atuais tem interesses motivações para seguirem na vida acadêmica. Os interesses do jovens são mais diversificados e as vezes o foco do aprendizado se perde no dia a dia. Ricardina Maria Gabriel Varginha MG.

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  3. A respeito da metodologia EaD, percebo que reuni uma série de ingredientes facilitadores a quem busca aprendizado e informação complementar com enorme eficiência na transmissão de informação através da internet.
    No meu caso especificamente, cujo tempo não me é muito flexível, em busca de informação contributiva e fora do cotidiano corriqueiro, como jornais impressos, telejornais e demais mídias digitais; ainda em minha opinião se tornam muito vagas devido ao infinito conteúdo de informação que nos é passado diariamente por estes meios de informação.
    Portanto acredito e valorizo muito este modelo atual de aprendizado através do EaD.
    A partir deste modelo, tive a enorme satisfação em encorpar meu currículo de maneira não só eficaz, mas também prazerosa, visto que, vez por outra tínhamos atividades presenciais, e as tutorias eram e foram bastante participativa e esclarecedores. Acredito ser o EaD uma grande alavanca de informação nos dias de hoje, em que a velocidade da informação se torna defasada em questão de minutos.

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